segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Graus de parentesco.

Desde que a M. nasceu que o M. tem vindo a estar mais atento aos graus de parentesco.

Agora, sempre que o meu irmão telefona e é ele a atender o telefone, é frequente dizer:

- É o tio R., o teu irmão.

O porquê de não se mascarar amanhã...

Na sexta-feira passada o M. foi para a escola mascarado de Homem-Aranha. Desde então nunca mais quis vestir o fato. Perguntei-lhe se queria vestir o fato amanhã quando fossemos almoçar a casa dos Avós.

Eis o meu espanto quando a resposta que tenho, é:

- Não, Obrigado.

Porquê? Não gostaste da máscara? - perguntei-lhe eu.

- Não Mãe, o Homem-Aranha não come. Não tem boca.


De facto o fato do Homem-Aranha (verdadeiro) não tem abertura para a boca...

domingo, fevereiro 26, 2006

A prenda...

A M. quando nasceu trouxe uma prenda para o M.

Pai: M. gostaste da penda que a M. trouxe?
M: Não foi a M que comprou... foi o Pai.
Pai: Foi a M, foi...
M: Não foi não, Pai. Ela não percebe de nada disso!

E pronto! Para quê tentar enganar o rapaz, pôr paninhos quentes. Ele prefere a verdade por mais dolorosa que seja, a uma mentira piedosa.

sábado, fevereiro 25, 2006

Irmãos...

O M. sempre foi 100% materno-dependente, o Pai era só um apendice...
Daí o meu receio de rejeição quanto à chegada da irmã fosse mais que muita. Mas parece que, por vezes, o que à primeira vista nos é apresentado como uma fatalidade ou uma infelicidade, afinal não passa de um "Bem maior" à aceitação do novo elemento nas nossas vidas.
Refiro-me ao facto de ter estado um mês de cama, em repouso total, em casa dos meus Pais, o que fez com que o M. tivesse de ir passar o Natal e de ter estado um mês inteiro a viver em casa só com o Pai. Durante todo este tempo, nunca fez uma birra de que queria ficar comigo ou questionou o porquê da minha ausência em casa. Aceitou que a Mãe estava "doente" e que precisava que tratassem dela.

No dia seguinte ao nascimento da M. o Pai foi buscá-lo à escola para ir conhecer a irmã. Entrou no quarto, falou aos presentes e perguntou onde estava a M., como ela estava no berço, o Pai pegou-lhe ao colo. Olhou para ela e olhou para mim. Assim que o Pai o pôs no chão correu na minha direcção e colocou a mão na minha barriga. Nesse momento teve a certeza de que era a irmã e que finalmente tinha saido da barriga.

Quando tive de pegar na M. para lhe dar de mamar quis dar-lhe um beijinho e festinhas...

A Recepção...

Todos recebemos a M. com grande felicidade, mas desta vez bem mais serenamente.

Quando o M. nasceu, foi o primeiro neto para ambos os Avós. O que tornou todo o processo num circo.

Eu cheguei à Maternidade de manhã, arranjei-me e ainda não tinha saído do meu quarto para ir para a sala de partos e já tinha a família em meu redor.

Assim que o M. nasceu, pouco tempo me deram de descanso, só mesmo enquanto tratavam do M., pois passados poucos minutos já estava dentro de um quarto onde a euforia era mais que muita.

Confesso que me senti muito cansada ao fim do dia, o entra e sai era constante, de família, amigos... quase que nem vi o M., só quando todos foram embora é que pude pegar no meu filho e tranquilamente aperceber-me de que toda a minha vida tinha mudado a partir daquele momento. Era uma nova etapa que começava.

Os dias foram passando e o cansaço foi se acumulando como uma bola de neve. Aí deu-se a explosão. Tive que pedir para que me dessem tempo e espaço, estava a sufocar, precisava de respirar e de poder estar sozinha com o meu filho. Descobrir sozinha as minhas capacidades e limitações.

Com a M. já não foi assim. Para começar teve que ser cesariana, algo que me pôs mais nervosa que da primeira vez. Depois a cesariana foi marcada para as 20h, o que fez com que as visitas após o nascimento da pequena M. fossem impossíveis. O que me fez ter forças para no dia seguinte, apesar das dores horríveis, me levantar, passear pelo quarto, me arranjar e poder tomar o meu pequeno almoço relaxadamente e estar com a minha filha sem pressas nem atropelos.

Posso afirmar, que apesar de o "nascimento" em si me ter custado mais desta vez, a tranquilidade gerada à volta do acontecimento deu-me mais forças e mais calma para lidar com todo o processo de convalescença.
Tenho total noção de que foi fulcral para que ao fim de 5 dias me sentisse pronta para outra.


PS - embora quando o M. nasceu o reboliço tenha sido mais que muito, agradeço a todos o esforço que fizeram para me ajudarem.

Os primeiros receios...

Durante a gravidez do meu primeiro filho, não tive qualquer dúvida, quanto à minha capacidade de o amar incondicionalmente, mas o mesmo não se passou a quando da 2ª gravidez. As dúvidas assaltavam-me constantemente: serei eu capaz de amar de igual maneira esta criança?

Até nascer esta dúvida era constante. Tenho noção que durante a gravidez estive muito mais alheia ao seu crescimento, embora nunca descurasse todos os cuidados para o bem estar do bebé... mas não foi a mesma coisa. Bem sei que agora as atenções não estavam todas apontadas para o que se passava dentro da minha barriga, havia uma vida frenética fora dela também.

Mas foi com grande felicidade e talvez até com um sentimento materno mais intenso que recebi a pequena M. quando nasceu. Os receios da minha incapacidade de amar dissiparam-se como que por magia e recebi nos meus braços com todo o amor que podia dar o meu novo filho. Não deixei de pensar por um minuto no M., mas agora sabia que há espaço suficiente para os 2.